quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Paula Anna D

 


Hey Jude

Hoje a Paula Anna estaria de aniversário. Ela foi minha madrinha e segunda mãe, também de outros primos meus. Dia 09 de dezembro é um dia que lembrarei para sempre. Ela foi mais uma sagitariana na minha vida de sagitariana, assim como minha duas avós. Uma pessoa intensa, marcada por luz e sombra, como todos nós. Gostava de música, tocava e gaita, mas costumava dizer que devia ter largado tudo e ir correr o mundo tocando gaita como a Mari Terezinha. Porém, logo depois ela se conformava, pois afinal ela ficou em casa para cuidar dos pais. Dos pais, dos irmãos, das irmãs, dos sobrinhos, e mais tarde dos sobrinhos netos. Dizem que as pessoas que não geram seus próprios filhos, viram cuidadores dos filhos dos outros, e isso se aplicava também à tia Paula. Ela amou muito, pois a força de sua presença afetuosa ainda posso sentir, mesmo muitos anos após sua partida.

Com ela, tive uma infância cheia de contos e fábulas sobre os gnomos, rumpelmannchen, guerras e causos do Brasil e da Alemanha. Tudo misturado com seu cuidado extremo e um grande medo de perda, que eu criança não entendia.  Ela sonhava em ganhar no totobola pra receber o prêmio e aparecer na tv. Ela iria adorar o facebook para mostrar as suas fotos mais bonitas... Ela iria amar essa história de mil selfies, por que mesmo antigamente, com  fotos caras, se a foto dela não fosse como ela queria, ela ia lá e rasgava. Eu nunca poderia, nem com muitas palavras dizer tudo o que ela representa para mim. Mas hoje madrinha, te presto homenagem, por que de mim, tu nunca partiste! Ela amava a música hey jude, então ai vai:








https://www.youtube.com/watch?v=XZH2y2IeBic

domingo, 20 de outubro de 2019

Otto Albert Krüger



                 Otto Albert Krüger, meu bisavô veio sozinho para o Brasil...
Pelo  menos é isso que eu sei por enquanto. Encontrei apenas ele 
com esse sobrenome na lista de passageiros do vapor Berlin, 
que chegou no Rio de Janeiro no dia 31 de maio de 1885, 
procedente de Bremen. 

Hundkopf - Dramburg, Pomerânia - então ainda pertencente ao Reino  da Prussia.

 Otto embarcou no Porto de Antuérpia. 
 Se algums dia eu descobrir outra coisa, corro aqui pra para consertar...
Talvez um primo, ou um tio tivesse  vindo com ele -  Carl Haag, também se encontrava na lista de passageiros...Otto era filho Karl Krüger e Wilhelmina Haag.( ou será que era Hack?) Ele nasceu no dia  22 de outubro de 1860, na localidade de Hundskopf -  Dramburg - Pomerania -Prussia. Alguma coisa aconteceu no país, na cidade, ou  na vida de Otto, por que aos 25 anos de idade, solteiro, ele resolveu mudar-se para o Brasil. Como grande parte dos imigrantes de fala alemã, escolheu o sul da Brasil, o distrido de Dois Irmãos, interior de Cachoeira do Sul, ou como são conhecidas as "Antigas Colônias" - Alte Kolonien.

 anos 1930 -  Moinho da familia Krüger, localidade de Dois Irmãos

Aqui chegando, ele conheceu outra imigrante, natural da Boêmia - Maria Ressel e com ela se casou no  23 de janeiro de 1892, no distrito de São Miguel, Cachoeira do Sul. 
 O casal teve  5 filhos: Ida Lousie, Anna Maria, Martha, Paulina e Carlos.
Minha avó Ida Louise Krüger, é fruto desta união; posteriormente ela se casaria com meu avô Frederico Germano Dauve Filho.
 A vida é uma verdadeira loteria genética....esta que vos escreve, 
não estaria aqui se não fosse por intemináveis acaso e circunstâncias.
 Apenas no curto espaço de tempo que nos é possibilitado fazer buscas documentais de nossos antepassados, já encontrei muitas coisas interessantes. 
Maria Ressel era viúva de Ferdinad Krause, até onde sabemos, não teve filhos com ele. 
A vida dá voltas, e atualmente centenas de pessoas descendem de Maria e Otto Krüger. 

Atualmente Hunskopf foi dissolvida, e o município antigo de Dramburg chama-se Drawsko Pomorskie é uma cidade da Polónia, na voivodia de Pomerânia Ocidental e no condado de Drawski. Estende-se por uma área de 22,24 km², com 11 477 habitantes, segundo os censos de 2007, com uma densidade 516,1 hab/km². Wikipédia


Drawsko Pomorskie nos dias atuais


terça-feira, 15 de outubro de 2019

Mais Histórias de Familia



Sempre gostei de histórias...quando era criança,  algo que eu gostava era quando faltava luz..era o momento em que  os adultos tinham mais tempo para conversar e sempre vinham as “ histórias de antigamente”. Quando o Etka, um amigo do meu pai vinha lá em casa,  eu fazia uma festa, porque era o momentos dos “causos” de antigamente... As dificuldades, as belezas, a natureza, os mentirosos da vila, os medrosos, tudo tinha sua vez , no entremeio de uma cuia de chimarrão e outra.  Histórias da familia fazem parte dessas lembranças. Dos bisavós que vieram da Alemanha, que se conheceram no navio, que moravam aqui, se mudaram para ali, lendas, verdades, mal entendidos todos misturados pelo contar e recontar, esquecimento e tempo.
Pesquiso minhas origens já faz mais de 20 anos, e esse é um trabalho viciante, de buscas muito longas, e momentos de grande felicidade quando eu encontro algo antigo sobre minha familia. A peça mais importante do quebra-cabeça que faltava  era a certidão de casamento dos meus bisavós. Ontem eu chorei de alegria! Encontrei um documento de uma tia-avó, chamada Elza Augusta Dauwe, nascida em 15/10/1890, no local que hoje pertence ao Município de Agudo,  filha de Hermann Friedrich Dauwe e Lisetta Schnarre.  E, como se fosse para eu saber, do nada - consta o local do casamento dos pais dela -! “ os pais casaram-se na igreja Evangélica de Porto Alegre”. Há muito tempo eu buscava essa informação, mas não tinha idéia de onde procurar. Agora sei!
Dois alemães chegaram ao Brasil,  se conheceram no navio, e se casaram no Porto Alegre. Um empreendimento de sucesso, com centenas de descendentes, entre os quais eu me incluo. Ainda não sei direito onde encaixar a Elza Augusta...eu tinha apenas o nome de Elizete entre os filhos do casal, talvez esta seja a criança que morreu , ou talvez eu apenas ainda não procurei o suficiente. Sigo a busca, por todos e por mim!


domingo, 13 de julho de 2014

Cruz de Ferro, guerra, Dauwe, paz e Brasil.

Quando as famílias se aliam são capazes de feitos surpreendentes. Parte da história da minha familia estaria perdida para sempre, se não fosse a habilidade
 e o interesse de algumas mulheres. Coube à minha tia Elvira Dauve Khoeler, 
a guarda de uma antiga medalha que pertenceu ao meu bisavô. 
Por muitos anos ela guardou a medalha, prezando por seu valor afetivo. No entanto um dia, a casa foi alvo de ladrões que roubaram alguns pertences, enquanto não havia ninguém em lá. Dentre os objetos surrupiados, estava a medalha. Minha tia não titubiou. Tomou caneta e papel, fez o desenho da medalha, escreveu as data e os dizeres que dela constavam. Podia se ler: "Gott war mit uns, Ihm sei die Ehre" e " Dem Siegreichen Heere". Anos depois a minha prima Líria Whays, me repassou  uma cópia do desenho, e mais tarde, com a santa internet, eu decobri que se tratava de uma medalha atribuida aos soldados que lutaram na guerra Franco-Prussiana. As incrições traduzidas dizem: "Deus estava conosco, a Ele seja a glória" e "Os exércitos vitoriosos". Já soube que não existe mais a lista com os nome dos soldados que lutaram nesta guerra, pois houve um bombardeio e os arquivos se perderam. Esse desenho foi um jeito muito eficiente de salvar uma memória. 
Escrevo este post, em meio a notícias de guerra, que causam a morte de centenas de pessoas no oriente médio. Eu lembro de sempre ouvir histórias terríveis sobre a fome, as bombas, a guerra. Na  minha infância eu tinha muito medo da guerra. Já adulta, estranhava o fato de haver este temor em mim e na familia, porque no Brasil, nós nunca vivemos na pele situações críticas de guerra. No entanto, essa medalha, explica  um pouco o porquê. Friedrich Hermann Dauwe, esteve nos campos de batalha, e ele trouxe suas dolorosas memórias consigo. E aquele temor permanceu conosco, por que a gente aprende por ouvir contar, aprende a decifrar o medo nos códigos do silêncio, no medo da privação na falta de paz. A gente aprende fácil a temer o que mata indistintamente. Que as guerra cessem, e que só haja medalhas para quem cultivar a paz.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Sob um pinheiro, em algum lugar do Rio Grande do Sul...



Ninguém mais sabe do dia correto. Ninguém mais sabe o lugar correto. Mas em algum dia, digamos que foi no inverno do ano de 1890, um casal de jovens alemães, regressava de Porto Alegre para Agudo. Eles haviam tentado a sorte em uma cidade maior. Segundo me foi contado por meu pai, ao  pai dele, pelo avô dele - Hermann Dauwe recebeu uma herança de família. Provavelmente parte de sua legítima, em virtude do falecimento de seus pais na Alemanha. Hermann resolveu então, empreender o dinheiro em uma fábrica de cerveja, que se localizaria em Porto Alegre. Ele tratou de arranjar um sócio, e confiou a ele a compra e o pagamento dos equipamentos da cervejaria. Quando os aparelhos estavam instalados e tudo estava pronto para começar a funcionar, chegaram os cobradores, querendo receber as parcelas do maquinário que haviam vendido. Ou seja, o sócio comprou tudo a prazo, embolsou o dinheiro e fugiu para os matos de Santa Catarina. Reza a lenda, que fora morto por índios. Talvez sim, talvez não... Vai saber?
Mas a cervejaria e o dinheiro da herança viraram vapor, e o casal teve que refazer o caminho de volta para Agudo. Um caminho que foi especialmente difícil para eles. Eu ouço esta história desde que era menininha, e depois dela, nunca mais consegui olhar um pinheiro da mesma forma. É porque naquela triste volta de regresso para o interior, despojados de seus bens e suas esperanças, no meio do mato, ainda havia a necessidade de fazer uma nova parada; para mais uma perda. Foi necessário fazer uma longa pausa no percurso. A Bisavó Lisete estava grávida, e era chegada a hora de dar á luz. Longe de qualquer conforto, em meio ao frio e pedras, com a ajuda do marido, nasceu uma menina. Nasceu e logo morreu. Não sei seu nome. Acredito que a tenham feito um batismo de emergência, caso tenha nascido viva. Mas ocorre que ela faleceu. E o percurso de volta para casa, permanecia à frente dos dois. Foi Hermann quem teve que tomar coragem...Com cuidado tirar a menina dos braços da mãe. A mãe esperava por um milagre; aquela situação podia ser um sonho, ou um mal entendido. Mas a menina não estava só dormindo.
Era preciso cumprir o ritual de volta á terra de tudo o que já foi vivo. O bebê precisava de um túmulo. E assim foi feito. Ela foi enterrada em algum lugar do caminho. A menina merecia também uma lápide, uma inscrição do tipo “ aqui jaz...” Mas não havia nada disto por perto. Então, Hermann colheu um pinhão, e plantou sobre o corpinho sepultado de sua filhinha. Esta seria sua lápide, e um sinal. Talvez ele pensasse que assim, um dia poderia tornar a achar a sepultura.
E pelo resto do caminho e da vida, aqueles dois corações sabiam que um pouco deles jaziam sob algum pinheiro do caminho. Ainda hoje, quando viajo à Porto Alegre, lembro-me que em algum lugar, deve haver um grande pinheiro, que guardou a dor de dois pais.

MaeliDa

terça-feira, 3 de maio de 2011

A família cresce...


Este é o retrato de uma familia de agricultores do sul do Brasil. Primeira e segunda geração nascida aqui.
Ainda ouviam da Grossmuther, a saudade da Alemanha, a vontade de voltar para além mar, de rever amigos, pais, parentes. A saudade das frutas de lá, a dor da fome no estômago. Herdaram nos gens, o medo da guerra e o temor que a abundância cessasse. Por isso, construíam grandes despensas, trabalhavam de sol a sol, e ensinavam amor e fé aos filhos. 
Eu pertenço a essa familia, com orgulho!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Os Filhos do Brasil...



No retrato acima, os 5 filhos homens de Hermann Friederich Dauwe e Lisette Schnarre.
Da esquerda para a direita, Frederico Dauve Filho, João, Oscar, Henrique e Carlos.

Brasão da família DAUWE


Este é o escudo da família Dauwe, que me foi enviado pelo meu amigo, Charles Dauwe, diretamente da Bélgica. Por intermédio de Charles, sabemos que os Dauwe provém da Bélgica, e só em 1720, migraram para a Alemanha. O escudo é composto por martelos ou machados de guerra, leões e folhas de rosas. A possível explicação etimológica para o nome Dauwe, é que esses martelos na língua falada antigamente na Bélgica - flamenco, eram denominados "HAUWE". A partir daí, nosso nome foi sendo escrito  d'Hauwe, Dhauwe, Dauwe, etc. A grafia Dauve, no Brasil, advém de um erro de grafia em cartório, só depois da primeira geração. Existe a possibildade de ser também uma proteção em épocas de guerra; um "brasileirismo", que visava proteger a família contra as perseguições que os alemães sofriam aqui. Ao que parece, o erro de grafia,  perpetuou-se e tornou-se  o sobrenome utilizado por um número maior de descendentes, que a forma original, com "W".

quarta-feira, 23 de março de 2011

Os Pioneiros no Brasil



Esta foto, retrata a família de Hermann Friedrech Dauwe, e sua esposa, Lisette Scnharre...
O casal teve 9 filhos, que são: Ana Maria, João, Henrique, Carlos, Frederico, Oscar, Luise(a?) , Ida, Emma e Elisete. Pode haver imprecisões nos nomes, por isso toda ajuda com correções e novas informações é bem vinda.
Todos os Dauwe- Dauve brasileiros descendem apenas deste troco ancestral.
Procuro pessoas que sejam amigas ou descendentes, para trocarmos informações, fotos, e para estreitar laços de amizade...Sejam bem vindos!